Eu gosto de pessoas que não saem no sábado à noite.

Eu gosto de pessoas simples, mas não de pessoas comuns. Que feio chamar alguém de comum. E chamar como pessoas que parecem ter os mesmo costumes e fazem as coisas da mesma maneira?

Na segunda elas reclamam, na terça elas trabalham, na quarta também, na quinta também, na sexta estão bem e no sábado também. Domingo é a zona de transição, uma coisa meio morna, não se sabe identificar. E aí começa tudo novamente. E é sempre assim. Que chato!

Há quem diga que não sair no sábado à noite é muito triste. Pessoa esvaziada pela solidão do fim de semana que a engole. Pois a mim, parece ainda mais triste sair para dar ‘status’ de feito à mais uma atividade esperada de você, sem nem saber o porquê, nem onde, só quando, no sábado à noite.

Ah, tanta coisa eu não gosto… Mas prefiro falar sobre o que eu gosto. Eu gosto de pessoas que se emocionam vendo filmes. Eu gosto de pessoas que preferem fotografar uma flor e enviar a imagem a arrancá-la e entregá-la a alguém. Eu gosto de pessoas que te questionam e te ouvem. Eu gosto de gente que ninguém é igual a ninguém e nem deveria agir como se fosse. Eu gosto de gente que manda mensagem e diz que tá com saudade, mas sem parecer que está exigindo algo. Eu gosto de gente que te responde diariamente, mesmo se o assunto for besta. Eu gosto de gente que faz as coisas do seu jeito, porque podem existir outros jeitos de fazer as coisas, mas o seu jeito é só seu.

Eu gosto de gente que gosta de gente e não age como muita gente espera que a gente aja. Gosto de gente que é quem se é. E só assim, eu consigo gostar de mim.